O texto no link abaixo é uma reflexão sobre SOMBRA pelo ponto de vista da Psicologia, de autoria do Psicólogo Daniel Rothenberg
presença do oposto
Para a psicologia profunda, sombra é entendido como o lado
menos consciente da personalidade, ou, o seu lado mais obscuro. Como tal, pode
ser mais ou menos consciente, mais ou menos incorporada ao nosso self, compreendido como a totalidade da
nossa identidade. O que aponta para o fato de que, assim como fenômeno físico
da sombra, que a depender de como a luz incide pode formar-se mais ou menos
visível aos olhos de quem a faz, o mesmo ocorre com a sombra da nossa
personalidade. Mais ou menos visível, ou melhor perceptível, pois pode ser
sentida não somente pela visão, é indissociável daquele que a produz. Ainda que
não percebamos nossa própria sombra, ela se faz presente para os outros.
Sombra não raramente é sinônimo de escuridão, trevas, falta
de luz. Mas para que a sobra se faça é imperioso que exista luz, que por sua
vez é termo análogo a conhecimento. Se é verdade que na escuridão a visão é
prejudicada, a luz total cega, o que também prejudica a visão. A sombra acaba
por mediar, dosar, balancear os extremos, tornando possível que “vejamos” para
conhecer, e conhecendo, expandirmos nossa percepção consciente. Quanto mais
luz, maior a sombra, quanto mais conscientes e integradas, maior a unicidade
entre extremos que podem se excluir, mas idealmente complementam-se. Não há
como experimentar um sem o outro. É justamente a presença do oposto que nos faz
conhecer, distinguir, discernir para, principalmente fazer escolhas.
Daniel
Rothenberg
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